Faz alguns meses que escrevi este.
o que acharam?
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Pare e espere. Pare. Espere. O sinal está fechado. Frio e calor consome externa e internamente. O vermelho ali do lado é só uma indicação. Melhor mesmo é não olhar se vem um carro e atravessar assim, meio como quem não tem medo de ser atropelado. Um ou outro arrisca, mas pare e espere. Ainda está vermelho! De lá sai um correndo pra cá. Daqui sai um correndo pra lá. Só mais um pouco! Está com pressa? Ainda não tive coragem de te encarar. Ai! A coragem, infiel e maldita, sempre vai embora e meus três-segundos de coragem insana nunca duram o suficiente para tomar atitude alguma.
De rabo de olho, os óculos impedem de te observar. Droga, vire-se. Vamos! Você começa a andar e eu seguro seus braços. O frio dos meus dedos que tocam o calor da pele tua me arrepiam. Penso que você deve ter percebido meu revirar de olhos, mas não. Você olha o carro, e o que importa é que vamos atravessar. E ainda está vermelho, mas tanto faz. Tantos outros já passaram com ou sem medo de serem atropelados, e eu ainda seguro teu braço quente descrente de que vamos fazer a travessia antes do sinal abrir.
Sinto seus lábios nos meus, despretensiosamente. Despretensiosamente, mas com precisão, urgência e calma. Formigas, borboletas e os insetos todos interiores maltratam meu estômago. As pernas decidem se vão cair no chão ou aos seus braços. Tudo que eu precisava era ser surpreendida. Há tempos que meu chão não esvaecia. Havia firmeza sob meus pés e no chão havia fincado as raízes da alma. Entregue-se, diz o sinal verde. Espere, o vermelho. E então o sinal abre. Eu te olho, o sangue sobe e explode em minha garganta. Já não ouço os carros, as curvas e vozes. A face simula tons de branco e rosa e vermelho e branco outra vez, dissimulada... Me leve, penso. Já está verde, digo. E seguimos.
o que acharam?
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Pare e espere. Pare. Espere. O sinal está fechado. Frio e calor consome externa e internamente. O vermelho ali do lado é só uma indicação. Melhor mesmo é não olhar se vem um carro e atravessar assim, meio como quem não tem medo de ser atropelado. Um ou outro arrisca, mas pare e espere. Ainda está vermelho! De lá sai um correndo pra cá. Daqui sai um correndo pra lá. Só mais um pouco! Está com pressa? Ainda não tive coragem de te encarar. Ai! A coragem, infiel e maldita, sempre vai embora e meus três-segundos de coragem insana nunca duram o suficiente para tomar atitude alguma.
De rabo de olho, os óculos impedem de te observar. Droga, vire-se. Vamos! Você começa a andar e eu seguro seus braços. O frio dos meus dedos que tocam o calor da pele tua me arrepiam. Penso que você deve ter percebido meu revirar de olhos, mas não. Você olha o carro, e o que importa é que vamos atravessar. E ainda está vermelho, mas tanto faz. Tantos outros já passaram com ou sem medo de serem atropelados, e eu ainda seguro teu braço quente descrente de que vamos fazer a travessia antes do sinal abrir.
Sinto seus lábios nos meus, despretensiosamente. Despretensiosamente, mas com precisão, urgência e calma. Formigas, borboletas e os insetos todos interiores maltratam meu estômago. As pernas decidem se vão cair no chão ou aos seus braços. Tudo que eu precisava era ser surpreendida. Há tempos que meu chão não esvaecia. Havia firmeza sob meus pés e no chão havia fincado as raízes da alma. Entregue-se, diz o sinal verde. Espere, o vermelho. E então o sinal abre. Eu te olho, o sangue sobe e explode em minha garganta. Já não ouço os carros, as curvas e vozes. A face simula tons de branco e rosa e vermelho e branco outra vez, dissimulada... Me leve, penso. Já está verde, digo. E seguimos.